sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Sobre: Gosto de Cereja, 1997, Abbas Kiarostami

Eu - que não costumo publicar sinopses, críticas, resenhas, resumos, nada que não seja meu, aqui-, hoje quero falar desse filme "Gosto de Cereja". Me senti cheia de questões ao terminar de vê-lo.

Filme do Irã, a estranheza já começa por aí, a paisagem é bastante diferente, e a língua, pordeus... é muito diferente! Não se passa num lugar bonito, mas num deserto, o que talvez seja parte da trama. O deserto chega a ser quase um personagem no longa, e isso soa poético. Um homem comum, que planeja suicídio, procura por todo lugar que passa alguém que seja capaz de jogar terra sobre seu corpo após o ato. Certamente não é uma tarefa fácil embora ele pague bem.

E, aqui começam as minhas impressões: o protagonista parece procurar um motivo pra não fazer o que pretende e encontrar, de alguma forma, um motivo que o faça desistir, e ao mesmo tempo um cúmplice. É inegável o número de valores que o filme levanta no espectador. Não achei um bom filme, enfim, embora tenha tocado num drama doloroso, que é a vontade de morrer e a falta de coragem para terminar com a vida que já não mais se vive. Achei o final, com aquela coisa documental, bastante fria.

Fica a dica: veja! E me responda apenas uma pergunta: você aceitaria?

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Postando os rascunhos pra ver no que dá 2.

Não sei a impressão que passo, mas acima de tudo o que escrevo sou eu. Com todos os defeitos, todos os impulsos, a sinceridade quando sento para escrever, meus pensamentos retomados à mim, o desespero que aparento, a solidão que (não tenho, mas) aparento e somente isso. Toda essa coisa que me faz ser tão essência de mim e que ao mesmo tempo me assusta. Eu tenho um pouco de medo de ser o que sou.

E, eu não escondi, em nenhum momento que eu era assim, intensa, sedenta de atenção e tudo mais que alguém pudesse me dar. Toda essa espontaneidade, que não nasceu comigo mas eu soube cativar na tentativa de conseguir algo, sempre foi uma virtude que, aos poucos se tornou, não sei... perigosa.

Postando os rascunhos pra ver no que dá.


- Então, o que é que vai ser, hein?!
É a forma como o autor (Anthony Burguess) imaginava o futuro. Sorte que o futuro não é bem da forma que ele imaginou que seria, pelo menos não na íntegra. Alex, tem 15 anos, e vive num ano não especificado, mas é um produto da sociedade em que vive, ouve Mozart, sai com os amigos fazendo coisas que ele julga divertidas, como invadir a casa de alguém no meio da noite e violentar mulheres. "Laranja Mecânica", baseado na obra homônima de Anthony Burguess, é um clássico absoluto na história do cinema, arrisco dizer que consagrou o diretor Stanley Kubrick. Porém, um dia as diversões de Alex têm um fim: seus amigos lhe preparam uma armadilha e ele é preso. Na prisão, -retrato de um governo totalitário - o garoto passa por uma lavagem cerebral, baseada em vídeos e tudo que ele vê é relacionado a violência do tipo que ele cometia, fazendo com que ele tenha náusea de tudo aqui. Isso o deixa frustrado, principalmente quando incluem Mozart nessa miscelânia de links que o fazem se sentir enjoado. Alex sai da prisão como um boneco incapaz de se defender, nem agredir qualquer pessoa. Anthony deixa clara sua visão do que seria o mundo dali uns anos a partir da época em que ele viveu. Um governo que não dava oportunidades de escolhas e queria (e criava) bonecos e não cidadãos..Todos seriam mecânicos. Iguais.

* Pequena resenha sobre esse filme que me tanto me atrai e encanta por conteúdo e tudo mais. Há muito tempo deixada de lado entre os rascunhos :).