quarta-feira, 30 de julho de 2008

Adaptação natural.



A vida é, sim, cheia de adaptações. Começamos pelas adaptações mínimas, de casa, rotineiras. Tão natural que nem mesmo se percebe a adaptação, parece que já nascemos sabendo já que não se tem lembranças de nada. Porém, poucas coisas nascemos sabendo. Não pode chamar a mamãe enquanto conversa, filha. Não pode, filha, não pode puxar a TV. Tire a mão daí, menina. Não pode subir, não pode gritar, não pode chorar, não pode falar, não pode, não pode. As adaptações aos "nãos" são mais difíceis, porém são mais comuns. O que pode a gente aprende sozinho, no toque, no ato, na busca, às vezes na inocência e na consequência de não saber. Mas, adapta. A gente sempre se adapta.

Mal de amor também é algo que a gente não se adapta. Pode-se sofrer mil vezes. Amor não deixa calo. Deixa marca mas não deixa nenhum aprendizado. Ninguém deixa de amar porque sofreu numa outra vez. Pelo contrário, há sempre de se pensar que o próximo é o que dará certo, é o que fará esquecer tudo de mal que o coração já sofreu. Aquele coração sem calos, sempre disposto a amar mais intenso e dedicar-se mais. Cresce mas não aprende. Sempre cai na mesma história, nas mesmas mentiras. Temos aquele bichinho dos contos de fadas, sempre achando que será eterno, felizes para sempre. Pego-me pensando quanto perderíamos se fosse diferente. Nada é mais inadaptável que o amor. Ainda bem!