quarta-feira, 30 de abril de 2008

O direito ao grito.


É estranho entender aos que fazem algo na espera de algo mais. Um favor, uma bondade, um carinho, tudo isso esperando o que poderiam lhe dar em troca. Não, eu não quero isso. Também não quero que me façam nada esperando ter algo em troca. Já existe um nome pra isso? No amor não é diferente, estranho seria se fosse. Amam esperando um amor de volta. Na verdade as pessoas temem o amor, aquela dor de amor. Conversando com um amigo, já de maior idade, ele me contava de suas paixões. E eu gostava de saber. Ele contava com um brilho no olhar, e embora tivesse sofrido tanto, foi uma paixão arrebatadora daquelas que nos deixam sem rumo mesmo. As paixões não foram minhas companheiras, creio que nem o serão, pois, se paixão é meio amor e eu nunca soube amar pela metade.
Mas, não foi para falar em paixões que hoje me sentei de frente ao computador, na verdade eu estava sufocada. Sufoco-me diariamente, mas ontem... ontem foi diferente e somente hoje eu senti o alívio de ter novamente minha garganta livre. Eu poderia até gritar, mas não gritei. É que eu me sinto pressionada a fazer o que parece ser o tubo único de uma vida. Aquilo de todos precisam fazer e eu não posso fugir à maioria. Oh, como é cruel! E realmente eu queria ter nas Letras um instrumento de trabalho (uma vez que já é um instrumento na vida) sem precisar ser professora. Por fim, grito.


"É necessário abrir os olhos e perceber que as coisas boas estão dentro de nós, onde os sentimentos não precisam de motivos nem os desejos de razão. O importante é aproveitar o momento e aprender sua duração, pois a vida está nos olhos de quem sabe ver."
(Gabriel García Márquez)



"Alma Perdida" - Florbela Espanca, interpretada por Miguel Falabella

terça-feira, 22 de abril de 2008

Um busca em mim... dois buscam neles... !



Uma das coisas que eu nunca entendo são as buscas. É, as buscas que tantos julgam essenciais ou até mesmo existenciais. Buscas sem sentido algum. Pra que saber de onde venho, pra onde vou? Não busco nem mesmo um caminho, por que motivo eu buscaria uma raiz em mim? As pessoas sentem necessidade de algumas respostas. As pessoas ainda não sabem ficar de pé sem verdades, sem provas, sem teses, sem respostas... de onde vem as respostas? Pra onde vão as respostas?

Nota minha: Engraçado é como tenho uma total liberdade de escrever coisas tão sem pé nem cabeça! Literatura me tira a pureza que eu teria se eu não lesse nada. E como eu tenho maior facilidade de escrever sobre o que eu NÃO-ENTENDO! Parece que eu simplesmente não entendo nada e não conheço nada! Quero algo e não sei o que. É uma guerra em mim, uma guerra que eu não sei como apaziguar! Quero férias!

. . .

"Não era à toa que ela entendia os que buscavam caminho. Como buscava arduamente o seu! E como hoje buscava com sofreguidão e aspereza o seu melhor modo de ser, o seu atalho, já que não ousava mais falar em caminho. Agarrava-se ferozmente à procura de um mode de andar, de um passo certo"
(Clarice Lispector "Uma Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres)


"Assise" - Camille (tentando ouvir)

domingo, 20 de abril de 2008

"Faça com que eu saiba ficar com o nada e mesmo assim me sentir como se estivesse pleno de tudo..."


Às vezes eu sinto como se algo me sufocasse a ponto de me deixar zonza. Ou até mesmo que me faça ter vontade de chorar e colocar o mundo a baixo. Eu queria não ser tão sentimental e irritável. Melhor: eu queria não me irritar por pequenos motivos, na verdade eu queria mesmo era não me irritar jamais, nem mesmo quando tivesse motivos. Sim, eu podia ser uma pessoa inexpressiva porém eu pouparia uma futura úlcera, quem sabe. E essa minha mania, insuportável até para mim mesma, de não falar as coisas na hora. Prefiro vir pra casa remoendo uma bobeira, até que ela se torne uma bola-de-neve e assim, junto com aquele futura úlcera, me dará um texto para meu blog, um desabafo, uma conversa mal terminada com os amigos que eu tanto estimo. É que... eu não sei, eu não consigo me entender, e sendo assim as pessoas se tornam a cada dia mais complexas pra mim. Não que eu me esforce para entender todos, mas algumas pessoas eu tento sim, é necessário, um relacionamento é feito de compreensões, e de incompreensões, principalmente. Isso já dizia Clarice Lispector:

"Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as incompreensões é que se ama verdadeiramente. Porque eu, só por ter tido carinho, pensei que amar é fácil."


quinta-feira, 17 de abril de 2008

"Lista das Botas"

"Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida."
(Clarice Lispector)

"Dois homens com câncer em estágio terminal dividem o mesmo quarto num hospital e aos poucos vai surgindo uma grande amizade entre eles, quando, em um determinado momento, um deles revela que um professor de Filosofia da faculdade uma vez passou um exercício chamado "A lista das botas", que consiste em cada um refletir e listar todas as coisas que sonhava fazer antes de bater as botas. Aí eles resolvem fugir do hospital e põem os pés na estrada com a lista pronta, dispostos a realizar cada item, um a um."

A idéia veio de um tópico em uma comunidade do orkut que participo, que vem do filme (em cartaz, pelo menos em Juiz de Fora) "Antes de Partir". Passei por lá e achei muito interessante, postei no blog e vou postar aqui também a minha "Lista das Botas", que é a lista de tudo que quero fazer antes de morrer.

- Ler todos os livros que quero ler
- Ter um moto e poder viajar com ela sem dia pra voltar e com dinheiro contado
- Ter uma casa com uma biblioteca E-NOR-ME
- Aprender Francês, Alemão e as línguas nórdicas
- Assistir a todos os filmes que eu puder
- Ter um filho pra ensinar tudo que sei a ele
- Conhecer a Europa, em especial a França e a Noruega
- Encontrar alguns amigos de longe que considero muito
- Ter momentos tão bons que me dê vontade de chorar
- Comprar uma roupa ridícula só pra usar quando estiver mal-humorada (?)
- Saltar de pára-quedas, fazer rally, motocross, bungee jump...
- Fazer faculdade de Letras e mais tarde de Medicina (só por capricho)
- Encenar uma peça de teatro (pelo menos uma)
- Não ter medo de ousar e pintar meu cabelo com uma cor gritante
- Colocar vários piercings exóticos e tirar todos depois
- Fazer umas tatuagens e que cada uma tenha uma história diferente
- Envelhecer com um amor verdadeiro do lado, fazendo tricô, numa casa pequena com varanda bem grande!

♥ Ser feliz de doer o coração!

Alguém se arrisca a fazer uma lista dessaS??

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Obrigada por esses 6 meses!


"Pegue para você o que lhe pertence, e o que lhe pertence é tudo o que sua vida exige. Parece uma vida amoral. Mas o que é verdadeiramente imoral é ter desistido de si mesma." (Clarice Lispector)