sábado, 29 de setembro de 2007

Björk =)




Um dia, passeado pelos meus flogs preferidos, eu me deparei com ela... ELA: Björk! Flog do Jonas, aliás... e fiquei curiosa, ele falava tão bem dela no post, e eu pensei 'poxa, vou baixar!'. Foi o que eu fiz, baixei e me embebedei de Björk, me embebedo sempre, dá vontade de deitar e ficar ouvindo a voz linda que ela tem! E na minha opinião, quem fala mal não conhece bem! Claro que a carreira dela oscila, como todas as carreiras... mas os trabalhos dela são lindos! Sem contar essa atmosfera "entorpecente" (por falta de um melhor termo) que ela tem! Não há meios de não gostar dela... !



Human Behaviour
If you ever get close to a human

And human behaviour

Be ready (be ready) to get confused

There's definitely (definitely,definitely) no logic

To human behaviour

But yet so (yet so) irresistible

And there is no map

They're terribly (terribly, terribly) moody(Human behaviour)

Then all of a sudden turn happy

But, oh, to get involved in the exchange

Of human emotions is ever so (ever so)

satisfying

And there is no map

Human behaviour...

And there is no map

And a compass

Wouldn't help at all


Human behaviour...


There's definitely (definitely,definitely) no logic

Human...


There's definitely (definitely,definitely) no logic

Human...







- Comentário da Björk


"Eu escrevi a melodia para Human Behaviour quando era criança. Muitas das melodias de Debut escrevi quando era adolescente e as deixei de lado porque não combinavam com o estilo das bandas punks em que fazia parte na época."



"A letra é do ponto de vista de uma criança e o vídeo que fiz com Michel Gondry foi baseado em

lembranças da minha infância."



"Eu descrevi o comportamento humano? Acho que não."

sábado, 8 de setembro de 2007

A Hora da Estrela




Filme de estréia de Suzana Amaral em longa-metragem, “A Hora da Estrela” é um dos momentos mais luminosos do cinema brasileiro dos anos 80. Realizado em 1985, o filme é uma adaptação do livro homônimo de Clarice Lispector, um dos maiores nomes da literatura brasileira. Depois de rodar vários curtas e médias, Suzana Amaral escolheu a história da nordestina Macabéa para seu primeiro longa.


“A Hora da Estrela” é um filme admirável. A começar pela revelação da atriz Marcélia Cartaxo, que dá a medida certa para a miserável nordestina que vive em São Paulo. Marcélia Cartaxo revelou-se uma estupenda atriz, desenvolvendo trajetória importante no cinema brasileiro a partir desse trabalho – o segundo ponto mais alto é a Laurita de “Madame Satã”, de Karin Ainouz, em 2002. Por sua Macabéa, ela recebeu o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Berlim.


“A Hora da Estrela” conta ainda no elenco com José Dumont, como Olímpico de Jesus, o namorado de Macabéa, em mais uma interpretação arrebatadora. E tem também atuações primorosas de Fernanda Montenegro e Tâmara Taxman. Ainda no elenco feminino, Sônia Guedes e Lisette Negreiros. Na ficha técnica, Ide Lacreta na montagem.


* * *


"Escrevo por não ter nada a fazer no mundo: sobrei e não há lugar para mim na terra dos homens. Escrevo porque sou um desesperado e estou cansado, não suporto mais a rotina de me ser e se não fosse a sempre novidade que é escrever, eu morreria simbolicamente todos os dias. Mas preparado estou para sair discretamente pela porta dos fundos. Experimentei quase tudo, inclusive a paixão e o seu desespero. E agora só quereria ter o que eu tivesse sido e não fui."

(Clarice Lispector)



“Nasci dura, heróica, solitária e em pé. E encontrei meu contraponto na paisagem sem pitoresco e sem beleza. A feiúra é o meu estandarte de guerra. Eu amo o feio com um amor de igual para igual. E desafio a morte. Eu - eu sou a minha própria morte. E ninguém vai mais longe. O que há de bárbaro em mim procura o bárbaro e cruel fora de mim. Vejo em claros e escuros os rostos das pessoas que vacilam às chamas da fogueira. Sou uma árvore que arde com duro prazer. Só uma doçura me possui: a conivência com o mundo. Eu amo a minha cruz, a que doloridamente carrego. É o mínimo que posso fazer de minha vida: aceitar comiseravelmente o sacrifício da noite.”
(Clarice Lispector)

O Testamento de um Cão








Minhas posses materiais são poucas e eu deixo tudo para você...Uma coleira mastigada em uma das extremidades, faltando dois botões.Uma desajeitada cama de cachorro e uma vasilha de água que se encontra rachada na borda.Deixo para você a metade de uma bola de borracha, uma boneca rasgada que você vai encontrar debaixo da geladeira, um ratinho de borracha sem apito que está debaixo do fogão da cozinha e uma porção de ossos enterrados no canteiro de rosase sob o assoalho da minha casinha.Além disso, eu deixo para você a memória, que, aliás, são muitas.Deixo para você a memória de dois enormes e meigos olhos, marrons, de uma caudinha curta e espetada, de um nariz molhado e de choradeira atrás da porta.Deixo para você uma mancha no tapete da sala de estar junto à janela, quando nas tardes de inverno eu me apropriava daquele lugar, como se fosse meu, e me enrolava feito uma bolinha para pegar um pouco de sol.Deixo para você um tapete esfarrapado em frente de sua cadeira preferida, o qual nunca foi consertado com o tipo de linha certo... Isso é verdade.Eu o mastiguei todinho, quando ainda tinha cinco meses de idade, lembra-se?Deixo para você um esconderijo que fiz no jardim debaixo dos arbustos perto da varanda da frente, onde eu encontrava asilo durante aqueles dias de verão.Ele deve estar cheio de folhas agora e por isso talvez você tenha dificuldades em encontrá-lo. Sinto muito!Deixo também só para você, o barulho que eu fazia ao sair correndo sobre as folhas de outono, quando passeávamos pelo bosque.Deixo ainda, a lembrança de momentos pelas manhãs, quando saíamos juntos pela margem do riacho, e você me dava aqueles biscoitos de baunilha.Recordo-me das suas risadas, porque eu não consegui alcançar aquele coelho impertinente.Deixo-lhe como herança minha devoção, minha simpatia, meu apoio quando as coisas não iam bem, meus latidos quando você levantava a voz aborrecido...e minha frustração por você ter ralhado comigo.Eu nunca fui à igreja e nunca escutei um sermão. No entanto, mesmo sem haver falado sequer uma palavra em toda a minha vida, deixo para você o exemplo de paciência, amor e compreensão.Sua vida tem sido mais alegre, porque eu estive ao seu lado!"Não chore porque acabou, sorria porque aconteceu”.